VENDAVAL DO TEMPO -
17/10/2010
Na sala de espera de um hospital
Estou perdida entre gente,
De vários lugares desesperados
Com o mesmo sentido de estar.
Venham perfumar de rosas este espaço,
Que me sufoca e tanto me faz lembrar.
Por aqui passei horas sem poder me queixar,
Sem saber onde estar, nem como aqui vim parar.
Dá-se um murro no estômago,
Quando recordo o medo e o horror,
Pelo que tive que passar.
Aqui se cruzam vidas e sentimentos,
Em que os sentimentos não mentem.
Por tudo o que já passei,
E tudo o que já encontrei,
Ainda aquilo que não quero passar!
Tudo me leva a questionar?
De que a vida é frágil,
No seu encanto mesmo,
Que num pranto se grite por piedade.
Lugar-comum onde tudo se perde e desaparece.
Somos todos iguais, perante o sofrimento.
Ausência de vaidade,
Fica á porta como morta,
Todos se revêem na sua própria essência,
Simples mortais como os demais,
Todos pedem clemência a um deus ausente.
Prometem-se promessas,
Com orações de arremesso,
Como que tudo seja válido,
Na hora do desespero.
Mas nesta hora está ausente,
No seu reino presente,
começa a todos julgar!
Desesperos fulminantes,
Levam quem nunca antes,
Se lembrou que deus existe.
È o memento da dor, que passa,
Entre gentes simples mortais,
Sem se perceberem que os demais,
Ás suas mãos já sofreram.
Instala-se a anarquia,
Nestas mentes descontentes
Leva-as para longe o vento.
Ausenta-se a alegria.
Joaquina
17/10/2010
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