Friday, August 26, 2011

SOU TUDO E NADA - MEU ESPAÇO NA MATÉRIA E NA LUZ


MEU ESPAÇO


Agosto/2011

Não tenho em mim espaço,
Para derrubar meu desespero encontrado
Em noite de lua cheia, meu encontro com minha sombra que sangra
Neste vai vem de vida paralela á minha, que me sustenta a contenda
Do vento nas arvores mais fortes que em mim abanam.
Vem duma tempestade lançada pelo vento e maresia salgada,
Durmo meu sono solto sem culpa nem culpado.
O que sou vale tudo, o que tenho de nada vale.
É na espera do tempo que me desfaço em mil pedaços,
Como folha velha deitada ao vento, onde nada conta,
Muito menos o sofrimento.
São emoções desfeitas, numa praia de rochas combinadas.
È tudo o que o que me resta para um dia recordar.
Venho de outro mundo, onde o corpo não existe
Onde nada é tirado.
Numa serra de segredos eu me vejo embrulhada,
Nada tiro, nada dou, sou eu apenas desorientada.
Mas existe também meu mundo por desbravar,
Minha mente activa, comigo a colaborar.
Aqueço meu gelo derretido na caldeira do meu pensar,
Se não digo o que penso, acabo a chorar.
Aqui neste lugar estou só a desabafar,
Lembro-me de outros tempos,
De sofrimento, por onde tive que passar.
Foram tantas as desventuras, que a ninguém pude contar,
Guardei só para mim as lágrimas que estão por derramar.
È tão profunda a minha dor, que ninguém quer escutar,
É profundo o rasgão que ninguém pode consertar.
No entanto vou calando, meu sofrimento em mim,
Vou fazer de conta, que tudo está bem, até chegar o fim.
Não há coração que aguente, este penoso pensar,
Roubaram-me tudo, até o poder de amar.
Do que sobrar do desgosto, em mim vou encerrar,
Fazer tudo a gosto, para ninguém acreditar.
E agora que desabafei, desta magoa, que mora em mim,
Vou enfrentar, este desamor, mais a dor,
Que cava dentro de mim.
JOAQUINA

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