Saturday, March 26, 2011

MINHA FILOSOFIA E O MEIO


O HOMEM E O MEIO

Sempre gostei de filosofia. Depois de ter lido muitos bons autores, Sócrates, Platão, Aristóteles, Nietzsche, kafa, sobre sua filosofia, cheguei á minha própria filosofia.
Ela não é copiada, nem é inventada por ninguém é tão-somente a conclusão a que cheguei sobre as classes sociais, sua ascensão e os meios que as servem.
A sociedade é composta por três bases. Todas elas, estão interligadas.
1ª, Classe social alta, 2ª Classe media, 3ª Classe baixa

Classe alta – Pessoas ricas, que vivem sem problemas financeiros. Todos com cursos ligado á gestão. Por norma nascem já com direitos adquiridos. Sua riqueza vem de heranças de família, negócios, negociatas.
Esta classe social entra no mercado de trabalho já como gestores de empresas, com tudo a que o se estatuto lhes dá direito. Salvo raras excepções, claro!!
- Gabinete adequado á sua posição.
Mobiliário de estilo, com Mesas, cadeiras, sofás, quadros, tudo de designer.
- Vivem e movimentam-se dentro da mesma classe.
Sua riqueza, dá-lhe acesso a belas mulheres, muitas delas sem instrução, que lhes passam pelas camas dos hotéis e clubes de luxo. Mesmo que muitos deles sejam impotentes, faz bem ao ego, serem vistos ao lado duma beldade jovem, com idade para serem filhas, ou até mesmo netas. Mesmo tendo a noção, de que estão a ser utilizados, pelas suas influências e riqueza.
Quando essas jovens se convencem, que só chegam á sua riqueza pelo casamento, então lá estão elas, com toda a sua sedução, até os conseguirem levar ao altar. Enquanto não conseguem o que querem, vão-se divertindo com o dinheiro deles. Divertem-se com amantes jovens, a quem pagam todas as mordomias, com o dinheiro do velho engatado. Quando elas já conseguiram o que querem, dão-lhes um pontapé no rabo, enviam-nos de volta para as esposas.
Elas as “pequenas” vão então desfrutar a vida, com jovens mais novos que passam a fazer o mesmo papel que elas já desempenharam.
Existem também mulheres jovens inteligentes que se aproveitam para subirem na carreira, afinal só querem endireitar a vida através do ego desses homens bem sucedidos nos negócios mas frustrados como pessoas. Esses nunca se apercebem que sem dinheiro nada valem, levam uma vida triste sem criar raízes nem com a família nem com as outras, porque a família quando descobre seus amores e desfalques secretos, põem-no fora do clã, as outras já conseguiram o que queriam deles, tratam-no por velho, outras por respeito por avozinho, tem que ir á sua vida… Muitos deles acabam por suicidar ou passar a pasta a um descendente seu tão ambicioso como ele e o círculo irá continuar…
Perante a lei sentem-se impunes e utilizam o provérbio bem português. “Públicas virtudes, vícios privados” Muitos deles, com filhos jovens, sem referencias para lhes dar. São pais ausentes, sempre ocupados com reuniões e negociatas, nada tem que justificar desde que o dinheiro jorre na família para satisfazer todos os seus vícios. Para suas mulheres e filhas serão, as viagens, roupa, jóias, amantes que sustentam. Para os homens, será a droga, o álcool, viagens, aventuras radicais, mulheres bonitas e toda a gama de vícios que o dinheiro trás.
- Pertencem todos ao mesmo clube. Todos medem sua riqueza pelo cumprimento dos seus barcos.
- No ambiente laboral todos têm os mesmos direitos
- Secretária, jovem culta, atraente, liberal
- Fatos Armani, Hugo Boss, sapatos e gravata italiana.
- Carro topo de gama
- Cartões de crédito sem plafond definido.
- Despesas todas pagas, quando em serviço. Incluindo almoços com amantes secretas.     
  Mesmo com a própria família, conforme a conveniência do negócio que esteja em cima da 
  Mesa.
- Subsídios para tudo, até para aquilo a que não têm direito.
- Acumulam riqueza, status e só se movimentam no seu meio.
- Tem como hobby frequentar clubes nocturnos privados, alegando estar em reuniões.
- Casam com pessoas do mesmo nível, por interesse, com contratos nupciais. Nunca se separam. Tentam nunca decepcionar a família, mantendo assim um casamento de fachada, que não convence ninguém, mas conseguem manter os interesses financeiros fora do casamento.
Conclusão: criam a sua riqueza, através da classe social média, que tiraram seus cursos com mérito próprio e passam a produzir riqueza para a classe alta. Isto dentro do mercado de trabalho.
Depois existe o aspecto privado. Vivem em luxuosas mansões que para as manterem, recorrem então á classe mais baixa.
Começando pelo motorista, que por norma tem os estudos obrigatórios não mais. São pessoas fiéis, discretas, que entram no mundo dos segredos dos seus patrões e tudo fazem para satisfazerem seus caprichos até os mais secretos.
Vem a seguir a cozinheira, pode ser branca ou negra, desde que saiba cozinhar e o ordenado não ultrapasse o ordenado mínimo. Neste caso já não interessam as habilitações, desde que a pessoas satisfaça os requisitos, que é saber satisfazer o paladar apurado da raça da classe a que servem. Mesmo que sejam racistas, isso pouco importa desde que a pessoa ande limpa e use uniforme, para dar mais classe ao ambiente. Basta que não lhes dirijam a palavra, para isso tem uma governanta, que por norma é branca e já tem como requisito, ser educada, ter alguma formação na área, e alguma instrução. Tudo passa pela governanta. É ela que dá, as instruções para os demais. Tudo  passa através dela. Ela na ausência dos patrões pode ter tanto poder dentro da mansão que pode despedir ou contratar alguém sem dar conhecimento aos patrões, eles delegam nela, esses aborrecimentos com os quais não tem que se preocupar.
Vem a seguir as amas dos filhos. Enquanto os progenitores trabalham, entregam seus bens mais preciosos, muita vez, a pessoas que os maltratam, outras vezes a pessoas que não sabem falar a nossa língua, outras vezes a pessoas que vem de famílias desfeitas, sem qualquer aptidão, para tratarem de seres em crescimento, que deveriam ter pessoas afectivas, cultas, com carácter, para lhes poderem transmitir, valores que os pais delegaram nelas.
Existe no entanto outro extremo, em que são depositados desde muito jovens em colégios internos, bem pagos, com a desculpa de que é para o bem deles. Assim se vêem livres dos fedelhos, ficando livres da responsabilidade da sua paternidade. Não criando laços efectivos, com os filhos fazem deles criaturas racionais, sem emoções, que muita vez os leva ao suicídio, á droga e a outros vícios. A seguir, entram noutra etapa, esses jovens que poderiam ser seres completos se criassem empatia para com os seus semelhantes. Gastam rios de dinheiro em terapias.
Por fim vem uma camada de gente que os serve com submissão, obedecem-lhe, mas não os respeitam:
Empregadas de limpeza
Empregadas de mesa
Porteiro
Capataz da quinta onde fazem as suas colheitas de vinho privadas
Operários assalariados, que trabalham a terra.
No fundo alimentam-se da riqueza produzida pelas classes mais baixas. São pessoas que não sabem os nomes dos seus trabalhadores o que lhes interessa é que tudo funcione e os resultados cheguem às suas fortunas para alimentarem seus egos.
Assim sendo. Rodeiam-se das classes abaixo da sua e são obrigados a conviver com elas dentro de casa, que lhes põe a comida feita com mãos que noutras circunstâncias teriam nojo delas e não lhes dariam num aperto de mão. Outro aspecto para mim bastante interessante, são as empregadas de limpeza que tratam das suas roupas, para seu brilho pessoal, também são elas que fazem suas camas e detectam nos seus lençóis seus fluidos corporais.
Tudo o que tem de mais íntimo no corpo humano é assim exposto a classes que eles não querem pertencer, a não ser em algum caso especial que haja um deles que derive e tome o exemplo de santo agostinho, que deixou uma vida confortável na casa materna para seguir a vida dos pobres e poder saber, como se vive noutras esferas. Mas casos destes, se existem andam ocultos, nunca ouvi falar.

Vamos agora para a classe média
Normalmente são filhos de médicos, advogados, arquitectos, juízes, professores, comerciantes, políticos, autarcas, dirigentes futebolistas,
Estes, normalmente incentivados pelo país, têm que ter uma ocupação, se possível que possam vir a ter uma vida melhor que os pais e não importa como. A família deverá orgulhar-se dos seus filhos, os pais querem sempre para os filhos uma vida melhor que a deles. Assim abraçam profissões iguais á dos pais. Tornam-se muitas vezes profissionais, por vontade dos pais e não por vocação. Noutros casos procuram cursos que lhes dê acesso á fama e fortuna rápida, salvo um ou outro, que indo contra a vontade familiar, muitas vezes são expulsos por terem a ousadia de confrontar o poder instituído. Esses lutam pelo seu lugar ao sol e acabam por ser pessoas ambiciosas. Trabalham para as classes altas, vão subindo, e aos poucos até sobem de classe social e esquecem a sua própria classe, as dos seus progenitores.
Embora esta classe média, seja já educada e acompanhada, um pouco mais por os pais e restante família. Frequentam bons colégios, e ficam preparados, quer culturalmente, quer profissionalmente para a vida…
Mas também estes não conseguem fugir da base das classes. Movimentam-se entre as duas classes. A alta que lhes dá trabalho e prestigio, a baixa que os matem e sustenta.
Em casa os que podem, funcionam como os da classe alta expõe os seus segredos familiares a pessoas estranhas que lhe tomam conta da casa da vida e dos segredos. Só que não precisão de um séquito tão grande para viverem bem. Eles próprios conduzem seus carros. A empregada de limpeza, só vai uma a duas vezes por semana, as cozinheiras dispensam-na.
Eles fazem muita vez sua própria comida e outras vezes vão comprar feita. Como vem de famílias mais estruturadas tem outros valores familiares e conseguem mover-se bem entre as duas classes.
A classe média está sempre ligada ao poder político, e tiram o melhor partido dela e podem até ascenderem a nível partidário. Tudo o que fazem é segredo até que um dia alguém surge do nada com demonstrações exteriores de riqueza que os ofusca e podem de repente descer tanto, que se podem até inserir na classe baixa.
Vamos lá, agora á classe baixa
Esta é a base que suporta tudo.
O suporte do qual todos precisam. È o pilar da economia e dela depende os governos e as nações do mundo.
Não existiriam sociedades na conjectura que actualmente conhecemos sem a classe mais baixa conhecida como (POVO). È esta classe que trabalha na industria, nos serviços, e na agricultura, que sustenta toda a humanidade. Sem esses trabalhadores as outras classes morreriam de fome. Mas como entender então, que ela seja tão desprotegida e maltratada. O que falta aqui neste conjunto de observações? A educação! A base fundamental de um povo, que deseja erguer-se, tornar-se numa nação poderosa, onde não haja tanta diferença social.
Está provado que qualquer país, onde exista uma boa educação, tem membros na sua sociedade, mais pacíficos e tolerante, por esse meio, existe menos violência. O mundo está cheio de exemplos. Existe então aqui uma lacuna, nesta sociedade perdida no meio de classes. Faltam então pessoas, altruístas que ponham seus interesses pessoais de lado e se dediquem a dar sentido á sua vida, ensinando. Mas para isso, tem que se começar nas escolas, onde os alunos já chegam de famílias desfeitas, violentas e com todos os exemplos para o vandalismo. Qual a solução? Reinventar uma nova sociedade? Alterar formas de pensar, e costumes milenares, que condenam uns e elevam outros, á posição de deuses, em que tudo lhes é permitido, mas que de santos não tem nada!
Meu raciocínio lógico, leva-me a pensar que o ser humano, ou quem criou, esta base de classes, nas quais ninguém quer mexer, por medo de perder mordomias, ou simplesmente porque não sabem fazer melhor. Ainda não descobriram, todos estes senhores do mundo, que sua vida é uma utopia. O mundo não lhes pertence. Por um lado. Mas pelo outro, levam-nos a pensar que são reis e senhores da terra.
A fragilidade humana para uns, leva-os a serem imortais nem que seja á custa da vida de muitos. Mas o que acontece a estes senhores do mundo se lhes falta apoio, os capangas que são pagos para os protegerem, porque fisicamente são tão frágeis como qualquer outro ser. Qualquer doença os derruba. Uma simples gripe leva-os á cama. Porque insistem homens velhos e ricos sem precisarem de trabalhar a manterem-se em governos caducos, condenando toda uma geração, gerida por homens velhos em que as células do seu corpo, estão já morrendo. Com que força e direito, se agarram eles, a um poder na base do ego e não conseguem viver em paz e harmonia, dando o lugar a outros mais competentes.
Será que é necessária uma catástrofe mundial? Para se mudarem hábitos corruptos e se criarem novas sociedades mais fraternais, em que todos tenhamos o direito ao trabalho á criação de riqueza e igualdade.
Dizem que o homem, foi criado á imagem de deus! Eu não acredito que o criador, se tenha dado ao trabalho de criar seres como estes, que governam o Planeta
Por outro lado, acredito noutras filosofias! Para essas encontro, com mais facilidade, uma justificação, para tudo que está acontecer á minha volta….
E por hoje mais não digo!

Por: joaquina
25/03/2011

Thursday, March 17, 2011

3º EPISÓDIO DE ERROS MÉDICOS


 
COM MINHA FILHA ÚNICA
Depois de dois erros médicos gravíssimos, tive que enfrentar mais uma revolução dentro de mim.
Mas não perdi a coragem, nem a alegria de viver.
Enfrentei muitos desafios, o mais difícil de todos, foi quando minha filha com 16 anos, sofreu novo diagnóstico errado.
Nesse dia tinha trabalhado todo o dia. Ela estava, numa colónia de férias, chama ACM (Associação cristã da Mocidade) em Foz do Arouce, perto da Guarda.
Eram 8 horas da noite estava eu com a mesa posta para jantar, quando recebo o telefonema mais cruel e difícil de toda a minha vida.
Depois de se certificarem que eu era a mãe, apenas me disseram que tinha que ir buscar minha filha, teria que ser internada com urgência em Lisboa. Estávamos no ano de 1991.
Nada perguntei. Já não jantamos, e fomos eu e Jamm angustiados sem saber o que pensar e não sabendo, até ali, o que se tinha passado.
Chegamos a Foz do Arouce às 2 horas da manhã. Tentei inteirar-me da situação que viria a revelar-se um caso de vida ou morte.
O que tinha acontecido era tão grave que naquele momento minha filha estava paralisada do pescoço para baixo.
Afinal o que tinha acontecido?
Três dias atrás, ela mais o grupo onde estava inserida, tinha feito uma caminhada nocturna. No dia a seguir á caminhada sem dormir foram para uma piscina todo o dia. Quando chegou á colónia, foi-se deitar sem comer.
Segundo dia: Estava cansada e ficou a dormir. Sendo uma Colónia de férias só com miúdos, ninguém ligou muito ao caso. No segundo dia como ela não se levantava foram chamá-la para ir comer.
No terceiro dia: já não se levantou. Aí já estava com febre e já não se levantou por não ter forças.
Imediatamente os responsáveis, levaram-na ao hospital da guarda.
Diagnóstico: cansaço..
Deram-lhe uma injecção para dormir. Dormiu o dia todo. Já dois dias que não se alimentavam, mais preocupados os responsáveis, voltaram com ela ao hospital.
Quarto dia: Novo diagnóstico: Febre tifóide. Deveria ir imediatamente para um hospital em Lisboa.
Quinto dia: De volta a Lisboa com ela deitada no banco de trás, nós sem comer e sem dormir mais a preocupação, despistamo-nos. Mas o nosso anjo da guarda estava por perto. Eram então 5horas da manha e não passava um único carro… Não sei onde fui buscar tanta força para ajudar o carro a voltar á estrada. Minha filha só dizia: - mãe eu não vou morrer, pois não!!
Chegamos ao hospital dos Capuchos às 7 horas da manhã. Ali dei entrada com minha filha nos braços, que já não conseguia andar. Depois das burocracias normais, deitaram-na numa cama… durante meia hora passaram vários médicos por ela, olhavam para a ficha e não diziam nada. Comecei a ficar mais aflita. Por volta das 7h30, vi passar um vulto no corredor, dirigi-me a ele e perguntei: - o Sr. é médico? – Sou, mas ainda não entrei ao serviço, só entro às 8h00. - Por favor, tenho minha filha aqui numa cama á uma hora, já passaram por aqui vários médicos e ninguém me diz nada… Pode por favor vir vê-la? Segui-me até ela. Falou uns dois minutos com ela e disse.. Já esperas-te tanto, espera só mais 10 minutos. Vou só vestir a bata e comer qualquer coisa, prometo que não demoro… confia em mim!! – Ela respondeu: sim Dr. Como esses de 10 minutos me pareceram séculos. Mas o Dr. Coimbra, apareceu mesmo passados os dez minutos.
Viu a ficha, fez-lhe várias perguntas e olhou para ela, acalmou-a. Vais ficar bem. Vou internar imediatamente sua filha. Vai precisar de fazer muitos exames, embora eu tenho quase a certeza que o que ela tem é: “sindrome de Guillain- Barré”.
A senhora espere nesta sala, que eu já venho falar consigo.
Esperei durante duas horas. Meu coração de mãe, dizia-me que algo de muito mau, estava acontecer e ninguém tinha coragem para me dizer.
Passadas essa duas horas chegou o Dr. Coimbra um jovem médico com uns 30 anos de idade.
Temos muito que falar. A sua filha não morreu porque não tinha que ser.
Ela tem uma doença chamada síndrome de GUILLAIN-BARRÉ. A sorte dela foi eu ter feito o mestrado sobre o estudo da doença e consegui fazer logo o diagnóstico. Se fosse com outro colega andaria aqui de exame em exame e não sei o que teria acontecido. Ela já está a fazer exames.
Vai levar umas 2 a 3 semanas até se confirmar o resultado através de uma punção lombar. Fez tudo desde poções lombares, analises rx e tudo o mais…

O que tinha acontecido afinal e como apanhou ela a doença? – Perguntei eu aflita… segundo informação do médico. Todos nós nascemos com uma possibilidade latente de um dia podermos activar um vírus que faz um infecção e é apenas sintomática. Actua a vários níveis desde atrofia muscular até a mote por asfixiamento. No caso da minha filha foi um vírus que fez uma infecção a nível da espinal medula, que actuou através da

Bainha da Mielina – o que é?

A mielina, a substância que envolve a maioria das fibras nervosas, acelera a transmissão dos impulsos nervosos a outras partes do corpo. A perda de mielina pode reduzir ou mesmo impedir estes impulsos, conduzindo ao aparecimento de vários sintomas.
As células nervosas transmitem impulsos
As células nervosas têm fibras longas, finas e flexíveis para a transmissão de impulsos. Os impulsos são sinais eléctricos que são transmitidos ao longo dos nervos. O seu comprimento permite às fibras nervosas a transmissão de impulsos entre partes distantes do corpo, por exemplo, entre a espinal-medula e os músculos da perna. Os nervos transportam mensagens entre diferentes partes do corpo.
A mielina acelera a transmissão de impulsos
As maiorias das fibras nervosas são envolvidas e isoladas por uma camada de gordura chamada mielina. Esta substância acelera a transmissão dos impulsos. Em determinados intervalos, a camada de mielina tem interrupções ou constrições nos chamados nódulos de Ranvier.
O impulso salta de nódulo para nódulo, o que torna a transmissão mais rápida do que se o impulso tivesse de viajar ao longo de todo o comprimento da fibra nervosa. A mielina das fibras nervosas pode ajudar a transmitir um sinal com uma velocidade superior a 100 metros por segundo, i.e. tão rápido como um carro de corrida.
A perda de mielina conduz a uma grande variedade de sintomas
Se a fibra de mielina que envolve as fibras nervosas for danificada ou destruída, os impulsos nervosos ficam mais lentos, ou não são transmitidos de todo. O impulso é agora transmitido ao longo da totalidade da fibra nervosa, o que demora muito mais tempo do que se tivesse que saltar de nódulo para nódulo.

Uma perda de mielina também pode conduzir a curto-circuitos ou bloqueios da transmissão dos impulsos nervosos. Uma região na qual se vê claramente a mielina destruída é chamada uma lesão ou placa.

Os impulsos nervosos transmitidos com uma velocidade reduzida ou completamente bloqueados pelas lesões conduzem a uma grande variedade de sintomas, que são uma expressão da alteração da actividade funcional do sistema nervoso. Incluem alterações sensoriais (tais como uma visão distorcida), dificuldades de coordenação, problemas de marcha e dificuldades com as funções corporais. (ex. controlo insuficiente da bexiga).
FIM DA EXPLICAÇÃO
Ela esteve com injecções para dormir se lhe atacasse os pulmões teria morrido enquanto dormia.
No caso dela, a lesão foi pequena e local, a nível da espinal medula. Como não tem cura ela é sintomática e a recuperação possível só pode ser feita com fisioterapia.
No caso dela ficou com atrofiamento muscular nos membros superiores e inferiores.
Na perna direita, hoje tem menos 4 cm de diâmetro. A perna esquerda ficou hipersensível ao toque. Na perna direita perdeu a sensibilidade desde o peito até á ponta dos dedos do pé. Pode cortar-se, pisar qualquer coisa, não dá por isso. O lado esquerdo ficou com espasmos dolorosos aquando do sistema nervoso alterado. O braço direito ficou também atrofiado e sem força. O braço esquerdo não foi afectado… No momento alto da doença, só podia mexer o pescoço. Esteve internada, durante dois meses. Durante esse tempo fui todos os dias, desde lava-la a fazer a comida e dar-lhe de comer, ela tinha vergonha e não deixava ninguém tocar-lhe. Começou ainda no hospital a fazer fisioterapia todos os dias.
Eu e Jamm aprendemos os exercícios e todos os dias um ou outro lhe ia fazer fisioterapia. Ao fim de um mês ela ainda não se segurava em pé.
Até que um dia quis ir á casa de banho, ia sempre de cadeira de rodas.
Eu, disse-lhe: - levanta-te da cadeira e agarra-te a mim hoje tu vais conseguir andar. Primeiro, a medo e a chorar dizia que não conseguia, mas depois de insistir com ela, levantou-se da cadeira e começou a dar os primeiros passos. Não consigo descrever a emoção que senti ao ver minha filha novamente a andar. O pai nessa semana estava fora. Durante toda a semana treinou o andar aos poucos, até conseguir andar sem ajuda.
Quando o pai a foi visitar, estava ela sentada na cadeira, antes dele se aproximar, gritou-lhe: - para! Ele parou. Levantou-se da cadeira e andou não mais que uns 2 metros sozinha até chegar ao pai que já teve que a amparar para não cair. Nunca vi meu marido chorar durante 40 anos, mas nesse dia ele chorou como uma criança. – Então pai, isto era para te surpreender e dar-te alegria! Como vês estou novamente a começar a andar. Graças a Deus esse dia foi o começo da sua recuperação…
Fez fisioterapia intensiva durante 2 anos. Todos os médicos duvidaram que ela pudesse fazer a vida dela normal. O prognóstico não era nada bom. Uma jovem com 16 anos, a passar pela crise da adolescência excelente aluna, nunca perdeu nenhum ano. Entrou na faculdade, foi a melhor aluna do curso dela. Recebeu do estado uma compensação monetária, pela nota atingida como a mais alta do curso.
Depois do curso, não consegui emprego na área dela, ainda passou por grandes desilusões, e como todo o espírito que veio para não se acomodar, ela não se acomodou.
Como isto lhe aconteceu nas férias, não queria que na escola ninguém soubesse do que lhe tinha acontecido? Mas como esconder semelhante coisa se ela arrastava a perna direita. Lá estive eu e o pai com todo o amor e compreensão para lhe fazer ver que isso seria impossível.
O pai chamou a ele a responsabilidade de a recuperar fisicamente a mim coube-me a missão de a recuperar a nível psicológico. Ela confiava em mim. Eu nunca lhe mentia. Nossa relação era muito aberta, ainda hoje continua assim e pude falar com ela de tudo. Lá consegui que assumisse seu problema. Acompanhei-a durante dois anos á fisioterapia sempre estive a seu lado. Durante as nossas férias, o pai mandou-lhe fazer uma bicicleta especial para obrigar a ganhar força nas mãos. Durante um mês de férias ela andava de bicicleta o dia inteiro ou nadava o dia inteiro, foi preciso muito estimulo e amor ao ponto de ela entender que tinha que dar tudo por tudo para ficar bem. Fazia-mos férias na Europa, o que facilitava mais o esforço. Tudo era novidade para ela. Passava dias inteiros em parques aquáticos com o pai, a nadar, só para fazer exercício. Chegamos á conclusão que ela recuperava mais num mês de ferias connosco do que num ano de fisioterapia. Pelo parecer médico ela deveria continuar na fisioterapia. Quando ela quis desistir deram-na 80 por cento recuperada. Ficou curada psicologicamente mas a nível físico, ficaram as sequelas.
Hoje, é uma mulher adulta com 36 anos, tirou o seu curso, vive e trabalha fora do País. Esqueceu toda a tragédia, viaja pelo mundo, sem qualquer problema. Enfim é uma mulher deste tempo. Mas o trauma sobre doenças, esse ficou. Qualquer coisa que lhe aconteça, liga primeiro para mim antes de ir ao médico.
Por: Joaquina
17/03/2011



Wednesday, March 2, 2011

MEU REGRESSO Á VIDA - 2ª PARTE



EU COM 23 ANOS
NÃO SABIA, QUE AOS 33 IRIA PASSAR POR UMA MENOPAUSA PRECOÇE
Meu regresso á vida - 2ª Parte 
Continuando minha epopeia com os erros da medicina no meu corpo.
Depois de sair de oncologia e esclarecer com o laboratório o eu se tinha passado comigo e depois de terem chegado á brilhante conclusão, que eu tinha recebido o diagnóstico de uma pessoa que tinha carcinoma, e depois de eu ter passado por toda uma terapêutica apressada, para me salvarem, ficaram mais ou menos á vontade com a descoberta. Eu fiquei preocupada e com pena da pessoa que tinha recebido o meu diagnóstico, a dizer que não tinha nada. Depois de tanto sofrer e tanta confusão na minha cabeça não me atrevi a indagar se a pessoa teria morrido ou estaria de alguma maneira a ser tratada. Ainda hoje lamento não ter dinheiro para processar toda aquela gente que levou este caso com uma frieza como que aquilo se passasse num qualquer país longínquo e a notícia chegasse pela televisão sendo só mais uma no meio de tantas…

Eu cansada de tudo aquilo e enrolada no processo clínico, para não me deixarem parar os ovários. Andei nisto 6 meses.
Azar dos azares, a minha ginecologista não me pode seguir por ter o marido também com cancro e tinha que ir para Londres com ele. Escreveu uma carta e enviou-me para uma colega, pondo-a a par da minha situação. Nessa altura deveria estar já a levar tratamento hormonal para não deixar parar os ovários, mas como era muito competente e sem tempo para mim, mandou-me para endocrinologia, a fim de me fazerem exames para saber até que ponto eles estavam ainda a funcionar os ovários.

Meu medico nessa especialidade era um bom médico já com uma certa idade, teve muita pena do que me tinha acontecido e deu a devida atenção ao meu caso, fazendo-me exames a tudo dentro da sua especialidade. Quando os resultados vieram, descobriram que meus ovários estavam a funcionar um a 16 por cento outro a 20, e não seria possível voltarem a funcionar, porque o valor mínimo para eles voltarem a funcionar seria 40 por cento em ambos.

Sai do medico, medicada para hipotiroidismo, que acabava de me descobrir e uma carta de recomendação para a médica para me fazer a terapêutica hormonal.
Foi o princípio do fim para mim. Perdi todas as esperanças de ter mais um filho que tantos desejávamos, aliado a isso continuava com minha vida normal como que nada me tivesse acontecido. Só que nem mesmo minha vida preenchida me ajudou a ultrapassar todo as aquelas alterações físicas que eu sentia e tentava ultrapassar.

Claro que a médica me começou a fazer a terapêutica hormonal, com discos e outras coisas das quais já nem me lembro. Quando dei comigo passado um ano já tomava 14 comprimidos por dia, para tudo mais alguma coisa. Minha relação pessoal ressentiu-se muito. Eu sem paciência para a filha e o jamm e ele não compreendia nem eu porque meu corpo não correspondia a estímulos que sempre reagira. Na cabeça dele eu teria que ter outra pessoa, na minha cabeça ele estava sem paciência comigo porque ele teria outra pessoa também. Ele na altura era chefe de um departamento onde trabalhavam mulheres jovens e bonitas, na minha cabeça, ele andaria envolvido com alguém, no entanto ele nunca dormiu fora de casa e os fins-de-semana eram sagrados e passados em família. Ele abdicou da vida social que poderia ter tido para estar comigo e com a filha e foi nessa altura que mais unidos estávamos como família. Começamos por ensinar a filha a gostar da vida ao ar livre, fazíamos piqueniques todas as semanas e isso conseguimos incutir no espírito da filha o gosto e respeito pela natureza.

As coisas com todos esses comprimidos começaram a normalizar com o jamm aceitar uma nova mulher daquela que ele conhecia e a ter mais paciência comigo, delegando para ele muitas das tarefas da casa e da filha.

Mas como um azar nunca vem só, um dia voltei a ver que me saía do mamilo um liquido esbranquiçado, mas depressa me lembrei do que o médico de endocrinologia me disse que os problemas da tiróide tem uma ligação com os peitos, logo marquei consulta para ele. Quando cheguei á consulta, avisaram-me que o meu medico Dr. Eurico M, não poderia vir dar consultas, mas se eu não me importasse que estava o assistente dele a dar consulta a quem quisesse ser por ele consultado.

Depois de todos os azares a que tinha sido acometida, saiu-me a sorte grande. Aceitei que ele me desse a consulta, foi a melhor coisa que me aconteceu durante esse período de instabilidade e azar. Quando lhe contei o meu historial clínico ele ficou horrorizado. Era um jovem médico, acabado de sair da faculdade de Medicina, chama-se Dr. Rui Mascarenhas, ainda hoje é meu médico passado 27 anos
O Dr., Eurico M hoje, já falecido, foi o Dr. Rui M que ficou a substitui-lo. Hoje Dr. Rui M é director no hospital Egas Moniz
Naquele ano de 1983, ficou inteiramente do meu lado e tudo fez para me ajudar a ultrapassar essa fase.
Deparando-se com a mesma queixa que me levou inicialmente a oncologia, resolveu mandar-me fazer um tac ao Cérbero. Assim com mais um problema que eu esperava não fosse nada, fiz o exame na clínica de todos os santos.
DIAGNÓSTICO: Tumor no Cérbero, inoperavel. O que queria dizer, que com o tempo começaria a perder o equilíbrio, falta de visão, perda de memoria, parte motora, até chegar a uma cadeira de rodas, mais tarde o final numa cama.
Mais uma vez o mundo desapareceu debaixo dos meus pés. Eu tinha e ainda tenho a filosofia que tenho o direito a ver os resultados dos meus exames, porque eles dizem respeito ao meu corpo e ninguém melhor do que eu para lutar contra qualquer inimigo. Quando cheguei á consulta o Dr. Até ficou branco. Leu e releu o relatório e de vez em quando olhava para mim, até que a certa altura disse: - A senhora não devia ter aberto o envelope, estes resultados para informação do médico e não do doente. Primeiro confronto entre ambos. – Pois fique sabendo Dr. Que eu penso ao contrário. Sou inteligente e tenho todo o direito em saber o que se passa comigo. _ Tem sim. Isso é verdade, mas imagine que isto é novamente um engano fica a sofrer sem necessidade. Mas perante este diagnostico e se não tivesse já tido um engano clínico eu internava-a já, nem ia para casa, mas como já sofreu um engano vou-lhe mandar repetir este exame no hospital da cruz vermelha. Voltei a repetir o exame. Enquanto esperava minha vida tornou-se num inferno, entre ter ou não ter o tumor, e achar que dois erros comigo seriam demais. Perdi o apetite, o sono, a tranquilidade, a paciência. Quando chegou o resultado era negativo. Upa que alivio.
O médico ficou indignado com os meus erros clínicos. – A senhora tem mesmo azar outro médico, internava-a e não sei o que teria acontecido. Diga-me se quer levar esses gajos todos a tribunal eu sou sua testemunha. Se vivesse na América ficaria tão rica, que não precisaria mais de trabalhar, aqui neste Pais ninguém se responsabiliza por nada. O mal que lhe fizeram ao seu corpo, só a senhora o sentirá. Neste momento o susto já passou, mas quero que vá ter comigo ao hospital Egas Moniz dia tantos???? Vai haver lá um congresso com os melhores médicos europeus, no qual eu estou presente quero que apareça lá ás 10 hoo com este cartão meu, leve os dois exames que eu vou pedir mas meus colegas verem os dois exames e não restar a mínima duvida de que tudo está bem. Assim aconteceu, no dia e hora marcada lá estava eu. Quando perguntei pelo Dr. Logo uma senhora de nariz empinado que nada sabia da minha história nem o que se passava dentro da minha alma me respondeu. – O Dr. Não a pode atender, ele está num congresso, por isso pode ir embora e voltar amanhã. Levantei-me com uma rapidez como que sentisse uma espada entrar-me nas entranhas. – Minha senhora está aqui um cartão do Dr., e foi ele que me mandou vir cá hoje e sei muito bem que ele está num congresso, por isso levante o cu dessa cadeira e vá com este cartão dizer-lhe que eu estou aqui. Entendeu, ou quer que lhe repita. – Acalme-se, as ordens que tenho é para não interromper a reunião. Mas neste caso vá lá e interrompa antes que eu comece a partir esta merda toda. Levantou-se com tal rapidez, com os olhos esbugalhados, não habituada que lhe fizessem frente. Estaria habituada ao contrário, ao por favor, veja lá se é possível, tudo dentro da submissão de quem está aflito e apela ao bom humor do dia dos nossos funcionários da saúde sem o mínimo respeito pelos direitos dos que sofrem. Passados não mais de 5 minutos aparece a tal senhora vermelha de raiva. Encaminhou-me ao gabinete do Dr. E disse apenas: - aguarde um pouco ele já vem falar consigo. Não sei o tempo que esperei porque minha mente durante esse tempo do qual perdi a noção divagou por muitos lugares onde já tinha estado mas em especial na minha família, em mim. – Olá desculpe a demora. Estamos agora na hora do café, dê-me os seus exames que temos agora uns 15 minutos e vou velos novamente com meus colegas, para que não restem dúvidas. Fique aqui mais um pouco que eu já venho… Novamente o tempo passou e eu perdi novamente a noção desta vez mais preocupada, pensando que tinham encontrado algo e que afinal não seria engano. Lembrei-me de rezar. Lembrei dos anos em que ia á catequese na minha aldeia, dos valores que meu avo me incutira, a espera dilui-se no tempo e eu dilui-me nele até que por fim num acto de desespero comecei a chorar. Estava eu neste desespero quando a tal senhora veio ao gabinete do Dr. E me viu naquele pranto. Só se atreveu a dizer. – Desculpe, mas o Dr. deve ter-se esquecido de sí o melhor é ir embora. Novamente levantei-me daquele pranto que depressa deu azo a um a indignação, que a própria funcionaria não entendia. Habituada a ver pessoas a sofrer e a morrer naquele hospital de repente dá de frente com uma jovem de 1,55 de altura com 43 quilos, que a enfrentava sem medo. Eu não saio daqui, enquanto o Dr. não me disser o que vim aqui fazer. Naquele momento entra o medico com os meus dois exames, com um sorriso nos lábios. – Acalme-se. Está tudo bem. Eu esqueci-me de si, desculpe faze-la esperar tanto tempo. – Afinal há quanto tempo estou aqui á sua espera que eu perdi a noção do tempo dr. – 2 Horas, mas valeu a pena. Afinal o que eu tenho, diga lá. _ Peço-lhe desculpa pela parte médica que já errou muito consigo, mas o que aconteceu foi que o exame que fez não clínica de todos os santos tinha uma manha na película que foi interpretada como uma massa ocupando espaço. Está no seu direito ir lá e contar a sua história, até pedir satisfações e até uma indemnização pelos prejuízos causados á sua saúde mental e física pelo erro cometido por eles. – Num impulso de alegria e eu acreditava piamente neste médico, abracei-o de coração e só disse: - obrigada por tudo Dr. – Não se esqueça que a partir de agora é minha doente com saúde e quero vela de vez em quando na consulta. A partir de agora quero que comece a diminuir os comprimidos dos que estiver a tomar um, toma só metade, dos que estiver a tomar dois, toma só um, e assim por diante. Se não conseguir diminuir agora essas doses nunca mais se vê livre dos comprimidos. Prometo. Você foi um anjo que apareceu na minha vida, obrigada.

Quando o Jamm chegou a casa foi uma alegria. – Hoje vamos festejar. Vamos comer fora. – Minha filha que não sabia do que estávamos a falar pediu explicações para tanta alegria que não era normal ultimamente em casa. Enquanto ia-mos para o restaurante lá lhe foi explicando á sua maneira e de maneira a que ela entendesse nos seus 9 anitos sem a assustar. A resposta dela prontamente foi: - quer dizer eu podia ficar sem mãe e vocês nunca me disseram nada. Isto é um assunto muito sério, eu preciso muito ainda de vocês, ainda sou uma criança. Agora já não confio em vocês! Mas quando nos sentamos na marisqueira e lhe dissemos que podia pedir o que quisesse, depressa esqueceu tudo para a seguir dizer. – Vocês são os melhores pais do mundo. Eu á pouco não estava a falar a sério quando disse que não confiava mais em vocês. Ali ficou encerrado o episódio do segundo erro medico e eu a pouco e pouco voltei á minha vida normal com todas as alterações físicas advindas destes enganos clínicos.

Como eu não sou de meios-termos, falei com jamm e disse-lhe, vais ter que paciência comigo durante uns tempos o médico mandou-me começar a diminuir a medicação, tenho que me ver livre de tanto comprimido.

Só que a partir desse dia deixei todos os comprimidos excepto o da tiróide e do tratamento hormonal. Se até aí eu já não andava bem, imaginem o que foi, retirar tudo de uma vez. Eram comprimidos para dormir, para ansiedade, para depressão, para o sistema nervoso, para compensação hormonal, para hipotiroidismo, só fiquei com os dois últimos.
A partir desse dia fiz uma desintoxicação que o meu organismo se ressentiu e muito. Durante a noite sentia a cama abanar e perguntava ao jamm, se ele sentia a cama abanar. Ele disse que não, eu logo vi que era o meu corpo a reagir á privação dos comprimidos, nessa altura jamm não sabia que eu tinha cortado todos os comprimidos ao mesmo tempo.

De dia para dia era pior. Estive 4 dias sem dormir, de noite levantava-me a fazer coisas, de dia ia para a rua para não pensar nos sintomas. Ao fim de 15 dias estava exausta, comecei a emagrecer cai num desalento que não era capaz de fazer nada, ao ponto do jamm me dizer que tinha que voltar aos comprimidos. Foi aí que eu lhe disse que tinha cortado com todos, ele ficou louco comigo. Alegou que isto não era bom nem para ele nem para a filha nem para mim e que eu devia ser louca por cortar tudo de uma vez. Já tinham passado 15 dias e o pior tinha passado. Aleguei que não voltava aos comprimidos, se voltasse atrás naquela altura nunca mais teria forças para os deixar e o pior, eu já tinha passado. Naquela noite jamm, foi dormir para outro quarto para me deixar descansar, era o primeiro dia desde que tinha deixado os comprimidos que o meu corpo me pedia cama e tinha sono. Deleguei todas as tarefas para ela. Ouvia ele dizer para a filha, não faças barulho hoje que a mãe está muito cansada e precisa dormir. – Ela perguntou: - pai, a mãe, vai morrer? – Não. Só está cansada, amanha ela já está bem. Assim foi a partir desses 15 dias fui dormindo melhor, comecei a fazer as minhas coisas e eu ia-me desintoxicando e meu organismo adaptando a nova realidade dos meus ovários parados.

Quando regressei ao medido ele notou em mim uma melhor disposição e perguntou: - já começou a diminuir a medicação. – Não Dr. Já me vi livre dela. Desde o ultimo dia que falou comigo no Egas Moniz, cortei toda a medicação excepto o que me aconselhou a não deixar. Ele olhou para mim, levantou-se da cadeira, deu-me um aperto de mão de parabéns. Eu sabia que era capaz, nunca pensei que fosse assim tão depressa. Na minha estimativa dava-lhe seis meses. Acredito que não foi nada fácil. Você é uma guerreira, depois de tudo por que passou fazer essa façanha é preciso coragem. – Pois, mas se eu tinha que deixar, então deixei logo de vez, o doutor não pode imaginar o que foi, desde por o marido fora do quarto até minha filha achar que eu ia morrer.
Passei por tudo. Mas hoje sinto-me bem para recomeçar minha nova vida. Ali ele achou melhor que na próxima consulta levasse o jamm comigo para ele lhe explicar que mudanças se estavam a dar no meu organismo, essa informação era para os dois…
Minha vida foi normalizando aos poucos. Continuei a fazer férias pela Europa com muitas peripécias pelo meio já com minha filha a conhecer outra realidade, que por estas bandas ainda  não existiam. Mas isso é outro capitulo..

Meus problemas com os médicos não acabam aqui… A odisseia continuam no próximo capitulo…
Por: Joaquina
Lx. 27/02/2011