Thursday, April 28, 2011

COMO ENCONTRAR A ALMA GÉMEA



Certo dia estava eu, sentada numa rocha junto ao mar.
Veio junto a mim, uma gaivota, pousar. Trazia no bico uma folha de papel em branco, por pintar. Eu para ela olhei, ela começou a falar:
- Que fazes aqui sozinha, triste a pensar?
- Procuro minha alma gémea, mas não sei, onde a encontrar?
- Vem comigo eu te mostro, outro mundo, que se vê do ar.
- Talvez tu encontres, o que procuras e ainda mais, te posso mostrar.
- Procuro minha alma gémea. Olhei para ela desconfiada.
Procuro a outra minha parte que neste mundo deve morar.
- Pega nessa folha!
Salta para cima de minhas asas, o mundo te vou mostrar.
Se tua alma gémea existir, tens que a encontrar.

Voamos por cima do mar, nele vi um quadro azul, com barcos por pintar. Quando deles me aproximei, para dentro espreitei mas nada ali encontrei.
Continuamos a voar, atravessamos pontes, vales e montanhas,
Entramos noutros continentes, onde vi muita gente, mas ninguém em especial.
Até que a certo instante, avistamos um campo verdejante, com flores a sorrir. Ao longe vislumbrei algo, que me chamou atenção. Devagar fui avançando, até que num instante, á minha frente em pranto, estava um homem. Trabalhava. Quando para mim olhou, parou para descansar.
- Quem és tu, que para mim olhas?
És uma fada, um anjo, ou alguém que me vem buscar?
- Nem uma coisa, nem outra. Num impulso de mulher, rasguei minha blusa, e nos peitos nus, seu suor e suas lágrimas sequei.

- E tu homem que assim trabalhas, quem és tu?
– Eu sou tudo, o que tu podes imaginar, e ver. 
- Já fui rei, escravo e mendigo, agora sou apenas um homem, que tenta sobreviver.
Virei costas emocionada, por ver ali derrubado, aquele ser criado, com amor, que tinha todos os traços, á imagem do seu criador.

Novamente voei, nas asas da gaivota, que prestável voava a trote.
Levou-me a ver castelos e palácios, onde pessoas, vestiam trajes medievais.
Vi mesas postas, com faustos jantares, músicos á sua volta, animavam os comensais.
Pessoas que discutiam guerras, ainda por começar.
Outras que á festa se entregavam. Percorri todos os rostos, todos me pareceram iguais, já cansada de procurar, ali senti-me a mais.

Passei por jardins cuidados, mais pareciam de encantar, só não encontrava meu amor que á tanto por ele esperava.

Depois de tudo visitar, e pronta a desistir, logo a gaivota, se virou para mim e disse:
 - Ainda temos outra opção, faz um desenho com o coração, nessa folha, e     verás que não procuramos em vão.

Fiz um retrato mental, daquele que eu achava ser, minha alma gémea e que queria conhecer.
Depositei meu desenho de papel, no bico da gaivota. Logo ela ao vento o lançou. Veio um vendaval que para longe o arremessou.
Entramos em túneis escuros, passamos pela terra adentro, avistei o fogo que aquece a terra, vem diferente do solo verdejante que tinha encontrado antes.
Mas o papel não parou, e a gaivota cansada voou.
Depois de muito tempo e eu já quase a desistir, eis que ouço a minha música preferida, chamada “AVÈ MARIA”.

Pedi para descer, o que ouvi, na terra tinha que ser, o que tanto procurava, eu tinha mesmo que ver.
Voltei á praia, ali por mim esperava a minha alma gémea que tanto procurava.
Estava olhando o mar, com música nos ouvidos ele sereno por mim esperava ouvindo “AVÈ MARIA”

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