Que dizer quando o
encanto se perde, num lugar escondido por detrás da alma.
O tempo vai-se escoando e , devagarinho, por entre caminhos, o amor insiste em continuar.
Existe ainda a chama, que obriga ao diálogo, do amor que chama.
Só o universo, pode saber, se outro melhor irá aparecer!
28/05/2012
Poderia fazer um
verso, revirar esse amor do avesso até encontrar a chave.
Mas para rimar esta
sinfonia de contradições, nem cantiga nem sermões poderia eu encontrar.
Nada faria sentido,
mesmo que me saísse a rima!
Fico entalada entre o
cursor e a palavra, que quer sair e não ficar calada.
O silêncio se levanta,
ao som dum violino que em tempos tocou, em ouvidos enamorados, que agora estão
surdos, calados.
Quando o amor acaba,
ele começou lá atrás, muito lá atrás! Seu início foi ténue, despercebido, a
cada dia foi aumentando ao ponto de esse amor se afastar, tentando suprimir sua
falta, dentro de um casulo fechado, onde tudo fica retido e nada é mostrado.
Vem um dia de repente,
algo rebenta, como corrente dum rio em fúria, sem lamúrias.
Ele exige, ele
reclama, ele chora, por não compreender o que esse amor fez para se perder.
Perdeu-se dia a dia,
entre a rotina e o silêncio, de quem precisa de presentes, estimulo, para
viver.
Assim começa por
acabar a relação, evitando o contacto físico, sentimentos entram em tumultos,
para encontrar a culpa.
Vem o choro a
incompreensão, o frio que não aquece o ar que arrefece, as paredes, parecem que
crescem. Sim elas crescem, criam barreiras, o amor assim castrado se divide,
procura a saída para sua sementeira.
Começa o isolamento,
perturba-se o pensamento, ainda ali mora algo indefinido, mas o amor acabou por
sair.
A ausência do amor
perturba o pensamento, fica com remorso, do que não deu. Vem a seguir a raiva,
essa sim! magoa, atira palavras soltas entre paredes, atinge no âmago de cada
um dos seres envolvidos.
Os bons momentos esvoaçam-se
da memória, ficando entre o par apenas pedras de arremedo.
Vem á luz da perda, discussões,
gestos bruscos, traição.
Perdidos neste mar de
confusões, não se apercebem os envolvidos que dentro deles existe um diamante
que talvez seja possível lapidar, encontrar o caminho de volta ao lar.
O tempo vai-se escoando e , devagarinho, por entre caminhos, o amor insiste em continuar.
Existe ainda a chama, que obriga ao diálogo, do amor que chama.
O verdadeiro amor,
nunca morre, apenas se transforma, em algo diferente.
Quando aparece a
dependência, o tratamento pode ser repudio, até á exaustão daquele, que nada
fez para curar uma possível separação.
Acontece por vezes que
o universo, toca na pessoa, sacode-a, e lhe sopra ao ouvido, a acorda! não vale
mais a pena!
Extingue-se então a
ilusão, o vento sopra noutra direção, depois vem o choro, a frustração. Se o
amor acabou, nada a fazer.
As lágrimas estarão
presentes, mas o amor aparecerá novamente mais á frente.
Por tudo isto, não há
poema que descreva o que já não existe.
Quando o amor acaba,
começa a liberdade do ser. Ele procura então novos caminhos, novas
oportunidades, um dia olhará para trás e dirá! Demorei tanto tempo, presa nesta
teia sem semente, o mundo me espera, renovada, vou deixá-lo assim ficar, num canto
da minha alma.
Quando o amor acaba,
nova vida começa, nela vamos navegar!
Só o universo, pode saber, se outro melhor irá aparecer!
Outro amor virá. “O
amor é eterno enquanto, viver!
Autora: Joaquina
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